quarta-feira, 17 de abril de 2013

Trabalhando com o filho doente.


 
Olha quem "Trabalha comigo", não importa onde estiver ele é meu foco, é minha razão de tudo.


Não, não se assustem! O Davi está ótimo agora, mas foi uma sugestão de pauta e gostei muito.
Dizem que junto com o filho nasce uma mãe e com ela a culpa, mas acho que vou além disso, a culpa nasce no dia em que você descobre que está grávida! Sim, a mãe sente culpa quando fica nervosa, por que isso vai passar pro filho, sente culpa quando chora, o bebê vai sentir, sente culpa quando não consegue fazer uma boa alimentação,vai fazer mal para o bebê! A culpa é nossa companheira constante desde o dia do tão amado positivo e ela aumenta conforme as responsabilidades aumentam, ela cresce com os nossos filhos.

É lógico que é preciso raciocinar, é preciso saber que aquela culpa é você quem cria e que sentir culpa não leva ninguém a nada. Ter responsabilidade faz muita diferença, a culpa não. A primeira vez que o Davi ficou seriamente doente foi uma pneumonia aos 5 meses,1 mês depois que voltei de licença maternidade. Eu me sentia frustrada e culpada pela mudança de rotina do meu filho, foi só eu voltar a trabalhar que ele começou a adoecer e isso me fazia um grande mal, afinal a culpa me corroia. Mas eu precisava trabalhar, precisava sustentar meu filho, e aí mais alguém se sentia culpado, sim o Pai, nos esquecemos dos pais algumas vezes mas eles também sentem culpa. Meu marido por muitas vezes se sentia mal e ficava deprimido por não poder sustentar a gente sozinho, se sentia culpado por eu precisar trabalhar e eu me sentia culpada por trabalhar e deixar o meu filho, isso é doentio por que no fim ninguém tinha culpa de nada.

Então apesar de muitas lágrimas eu fui me fortalecendo quanto a isso, afinal muitas crianças que tem as mães o tempo todo com elas também adoecem, eu adoeço, isso faz parte da vida. O que temos que saber é que adoecer assim como cair e se machucar faz parte da vida e vai acontecer tantas vezes que se nos abalarmos nós nunca vamos ser fortes o suficiente para apoiar nossos filhos. Temos que aprender a diferenciar o que é comum do que é relaxo, ter em mente suas razões, seus cuidados com seu filho ajudam a tal culpa a ir embora, afinal se você é uma mãe zelosa, que alimenta bem seu filho, o veste adequadamente para que não passe calor e nem passe frio, se cuida bem da higiene dele e tudo mais, não tem por que ter culpa se você é responsável.

Quando o Davi ficou internado a primeira vez, eu chorava rios de lágrimas em casa e quando voltava para o hospital eu voltava firme e forte por que naquele momento eu decidi que a única pessoa que podia ter fraquezas era o meu filho e na frente dele eu não derrubei uma lágrima sequer, nada! Ele precisava que eu fosse forte e mesmo quebrada por dentro, eu fui forte e isso foi crescendo em mim ao passar o tempo. Todos os dias com ele doente ou não eu penso e falo pra mim “ É por ele e é pra ele que faço isso”, todos os dias eu mantenho o foco dos meus motivos, isso alivia a dor, alivia a culpa, isso me mostra onde quero chegar e não me deixa esquecer o motivo, a razão da minha vida.

Pode parecer simples mas não é, pode parecer insensível mas acredite que não é. A frase “ Se a dor é inevitável, o sofrimento é opcional” se aplica bem a esse caso. Trabalhar com o filho doente dói, magoa, nos faz sentir a pior pessoa do mundo, mas mantenha o foco, olhe bem pro seu filho bem cuidado, cheio de amor, bem alimentado, vestido adequadamente ( eu uso o adequadamente o por que o “bem vestido” me dá a impressão de marca e não é disso que to falando). Olhe bem e pense nisso, o por que você sai todos os dias para trabalhar, eu duvido que seja por motivos fúteis e egoístas e se não são não há por que ter culpa, a vida não é fácil para a maioria das pessoas, mas se for pelos motivos certos ela valerá a pena.

Me corta o coração ver o Davi chorando e gritando quase todos os dias quando eu saio pra trabalhar, tem dias que até se arruma sozinho pra ir junto e então eu tenho que magoá-lo e dizer que não, que ele não pode ir, dói muito mais em mim passar por isso quase todo dia, mas eu respiro fundo e mantenho o foco do que eu quero pro meu filho, eu quero uma vida sem privações, uma boa educação, quero criar um homem de bem, um homem que saiba o valor do trabalho, quero que se orgulhe de mim e então eu passo pela porta cheia de dor, mas sem culpa , pois tudo é “Por ele e pra ele”.

Beijosssssss  e espero que a culpa no coração de cada mãe seja substituída pela satisfação de estar fazendo sempre o melhor pela vida que elas são responsáveis agora, com a certeza de que todo bem envolve sacrifícios, envolve escolhas, mas se essas escolhas são feitas pelo bem dos seus filhos, você está no caminho certo e não deixe que ninguém diga o contrário.

6 comentários:

  1. ai amiga imagino como seu coração fica apertado quando isso acontece, só você sabe o que é melhor pro seu filho, e suas escolhas ninguem tem nada haver com isso, só vc sabe a dor que é deixa-lo em casa, alem do mais doentinho, mas isso vai passar, tenho certeza que ele ja começa a entender que vc sai pro bem dele mesmo, pra que ele tenha uma vida melhor.
    Te admiroo viuuu, sua força em relação a isso tudo. bjuss fica com Deus

    http://mamaejhe.blogspot.com.br/

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  2. Não podia deixar de me emocionar quando você falou que Davi se arruma pra ir junto... Já imaginei aquele tukinho vindo arrumado, da forma dele, pra ir junto com você... Contei aqui pro Cris (meu marido) e ele morreu de dó...

    É inevitável sim Jackie, a dor, a culpa... Mas vc falou muito bem... sentir dor todos os dias sim, mas culpa não...

    Porque com certeza só queremos o bem dos pequenos... Que mãe quer o contrário.. Quantas e quantas mães estão em sua situação de sair e deixar o coração pra trás... Dói demais...

    Eu, embora privilegiada de ter podido ficar em casa para cuidar da minha senhorinha, carrego muitas culpas tb... Quando estou aqui publicando, vendendo meus brinquedos, escrevendo nas paginas das amigas que faz parte todos os dias... também me corta o coração de saber que ela está sozinha vendo desenho... E olha que no conforto da sua casa e fazendo algo que gosta... Mas queria poder dar mais atenção...

    De qualquer forma, como falei, sou privilegiada, que entre uma propaganda e outra estou ali para dar-lhe um beijo, um lanche, fazer um comentário do seu desenho..

    Sim Jackie, é necessário deixar a culpa de lado.. a dor sempre ficará... Mas as boas intenções, o amor sem medida, o pensar no filho quando estamos trabalhando também por eles, ensiná-los um caminho de amor e honestidade, isso sim, deixa fora todas as culpas e nos alivia por estarmos fazendo nosso papel de mãe e ajudando uma pessoinha que precisa crescer e se desenvolver como um bom ser humano..

    E isso fazemos muito bem...

    Lindo texto... gostos do seus relatos...

    Vá em frente sem culpa... Davi sabe do seu amor e do amor do pai...

    Beijos

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  3. Jackie. Saibamos curtir o prazer de ser mãe cada dia mais sem culpa. Ou sabendo administrá-la e não super valorizá-la. Afinal, o desejo de uma mãe é sempre ser a melhor mãe que o filho pode ter. Gosto demais da lucidez dos seus textos. Beijo!

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  4. Ai amiga, ser mãe é sempre se sentir culpada....
    Tadinho de Davi... e de vc...
    Sofri muito qdo tinha que deixar JM na creche e meus peitos enchiam durante o dia...
    Bjus

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  5. Jackies

    Você sempre fala o que passa no nosso coração, quantas vezes entro no elevador chorando porque minhas pequenas não que me deixam ir embora, ficam chorando na porta de casa, pedindo para eu ficar, saiu com o meu coração dilacerado, fico me achando a pior pessoa do mundo, mas como vc penso que preciso ir e vou assim mesmo.

    Obrigada por compartilhar o texto tão lindo.

    Tri-beijos Desirée
    http://astrigemeasdemanaus.blogspot.com/

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  6. Nossa, texto maravilhoso, e na hora certa, parece que você escreveu pra mim, hehe. Ao sair para o trabalho hoje de manhã, deixei meu filho na minha mãe e mesmo ela mostrando os brinquedos pra ele, e falando das atividades que eles fariam juntos durante o dia, eu ouvia ele chorar e dizer: "Mamãe, mamãe, mamãe junto", dizendo que ele queria ir junto, pra mim não tem coisa pior, saí engolindo o choro e pensando que não posso me sentir culpada, sei que ele fica bem e muito bem, meu pai e minha mãe passam o dia focados em cuidar dele, são como crianças que sentam no chão e até sobem em muro com ele (até tirei foto pra registrar, hehe), e ele tem paixão por seus avós, ele está muito bem.
    Para me consolar, pensei: isso mostra que sou uma boa mãe, meu filho mesmo estando com pessoas que ele ama, em um lugar que ele adora estar, ele preferia estar comigo, não posso me sentir culpada, sou uma boa mãe, seria pior se ele nem se importasse se está ou não comigo.

    Adorei seu texto.

    Beijos

    Quézia Silva
    http://kemuelpresentededeus.blogspot.com.br/

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