quinta-feira, 14 de março de 2013

Estar ali não significa estar presente.


                           Fotos: Meu Marido Brincando e passeando com o Davi.


Hoje eu vim falar de uma cena que eu assisti essa semana e que me deixou bastante triste. Triste por ver que muitas pessoas ainda acham que só precisam estar ali, isso é ser presente, se é que se importam em estar presentes.

Eu estava voltando do trabalho e quando chego perto de casa passo por diversas escolas no caminho bem na hora da saída. Eis a cena que eu vejo: Um rapaz , não sei dizer a idade , creio que por volta dos 30, carregando uma mochila de criança, e a uns metros atrás vinha um garotinho por volta dos 3 anos andando seguindo o pai e carregando um churros em suas mãos. 

Primeiro notem que eu disse que o pai andava a alguns metros na frente do filho e não o inverso, o que mostra a falta de preocupação com uma criança desse tamanho, afinal qualquer um poderia passar por trás e pegar a criança, ou algo no meio da rua poderia chamar atenção dessa criança e ela sair correndo e ser atropelada, afinal o pai tava de costas pra criança e com uma boa distância. Eu como mãe, e sei que meu marido faria igual, estaria com ele a minha frente ou muito mais provável segurando uma das mãos dele, mantenho meu filho sempre sob meus olhos e meus cuidados.

Outra coisa foi o fato dele nem se preocupar em estar andando rápido e deixar o filhinho com o doce na mão tentando ao mesmo tempo acompanhar ele e comer o doce, eu fiquei morrendo de pena em pensar naquele menino tropeçando e deixando aquele churros cair no chão, a gente sabe que pra criança isso é um grande desastre. No mínimo ele poderia ficar por perto pra garantir que o menino não caísse já que nessa idade é complicado andar e prestar atenção em algo que está segurando, o menino ia andando lentamente tentando morder o churros e ao mesmo tempo tentando não perder o pai de vista. Obvio que eu teria parado pra esperar meu filho comer ou pelo menos estaria muito perto pra garantir que o doce não ia cair e nem ele se machucar.

Mais uma situação me chamou atenção, aqui em Santos muitos dos prédios tem a fachada linda, dessas que qualquer um que vem pra cá fica babando, imagina uma criança. Então durante o percurso o pai passou direto por uma dessas fachadas, mas o menino parou e ficou olhando encantado, dava dois passinhos e olhava novamente e quando fazia isso olhava pros lados como se procurasse alguém pra comentar aquilo, tinha uma cascata linda bem na frente e ele ficou boquiaberto. E o pai? nem reparou que o menino tinha parado, quem dirá que o menino precisava de alguém pra comentar aquela maravilha. Eu tava quase descendo do carro pra falar com o menino, fiquei com tanta pena dele que estava angustiada, por que pra qualquer coisa que o Davi goste ou chame atenção, a gente sempre comenta, diz " Nossa filho, olha que lindo", "Que legal Davi, você gostou?", sempre estamos perto pra ele mostrar e falar coisas, mas esse menino estava solitário mesmo com o pai ali a poucos metros.

Eu fico inconformada com essas atitudes, então ele paga uma escola que custa uma faculdade ( por que as escolas daquele local são mais caras que as faculdades daqui) compra um doce pra criança e leva pra casa, e pronto essa é a responsabilidade dele, mostrar presença, ter cuidado e interesse não fazem parte do pacote, apenas as questões financeiras. Que horror. Tenho que dar graças a Deus do meu marido ser extremamente o oposto disso, mas quantas crianças se sentem sozinhas mesmo na presença da família? Quantos pais e mães realmente se fazem presentes na vida dos filhos e quantos estão lá só de enfeite?

Gostaria sinceramente de conscientizar essas pessoas de que dinheiro não paga tudo, que o amor de uma criança independe de você ser rico ou pobre, é puro. Que se você não tiver cuidado, o seu dinheiro não vai trazer o seu filho de volta se ele morrer, como esse menininho poderia ter sido atropelado, que esses momentos de pureza e encantamento passam rápido e não voltam. Mas será que mesmo dizendo tudo isso esse tipo de pessoa se importaria?

Bom, é isso, hoje um pouco das minhas divagações e indignações maternas.


10 comentários:

  1. Jackie, nossa fiquei com uma peninha desse garotinho, eu acho também esperaria minhas meninas comerem para continuar andando, sempre digo para meninas mesmo elas sendo muito pequenas que elas não nasceram numa família rica de dinheiro, mas de amor isso elas tem sobra (nesse quesito são milionária).

    Tri_beijos Desirée
    http://astrigemeasdemanaus.blogspot.com.br/

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  2. Jackie! Muito triste a ausência de muitos pais na vida dos filhos. Mais tarde o resultado não é nada legal. Beijo!

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  3. Arrepiei do começo ao fim do seu texto... Me emocionei por pensar nesse menino sozinho, em quantas vezes vi cenas assim e igualmente a você tive vontade de falar, e no quanto meu marido e eu somos diferentes com minha Maria..GRAÇAS A DEUS...

    Tudo que você falou, é tudo que penso.. Sem tirar nem por. Parecia eu, escrevendo um post sobre isso...

    Tirando a indignação por tudo isso aí em cima, tenho que te dar os parabéns:

    * Por você e seu marido serem atenciosos com Davi
    * Por ter sensibilidade ao ver coisas assim
    * Por escrever um texto tão cheio de vida

    E vamos fazendo por nossos pequenos... Que Deus abençoe esse e tantos garotinhos "solitários"...

    Beijos Jackie.



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  4. Nossa Jackie, sempre observo esse tipo de coisa também... E fico muito triste! Para nós aqui em casa criança precisa de presença efetiva, de diálogo, de brincadeiras...
    Adorei o post!

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  5. Jack o que vemos no futuro e um filho que não ira se importar com o pai! Ele ira tratar ele como foi tratado! O mundo anda muito egoísta e as pessoas esquecem de encheram os detalhes!
    Sua indignação e compartilhada por nos mamães q nos importamos com nossos pequenos!
    Beijos
    Gleysa
    www.demamaeursa.com

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  6. Nossa, é uma pena! Cenas como estas parecem que são "comuns" nas ruas...não sei se é "sorte" deste pai, mas ainda bem que o menino estava o tempo todo atrás e não saiu correndo ou foi abordado por outra pessoa...
    Boa reflexão!
    Bjos,
    Larissa Andrade.

    http://maternidadeecotidiano.blogspot.com.br/

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  7. Oiee JAcke ... amei o post ... tb vejo cada coisa ... jesus!!!!!!!!
    Estou te seguindo ... amei o novo visual, no post anterior ... tb tou precisando dar uma repaginada ... me vi em suas palavras .. kkkkkkkkkkkkk ... nos visite e siga se gostar .. bjs

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  8. Oi Jackie!
    bom seria se este pai pudesse ler seu texto.
    dó do menino. Beijos

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  9. Oi Jackie!
    bom seria se este pai pudesse ler seu texto.
    beijos*

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  10. Fiquei com dó só e imaginar a cena.

    Atte.

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