Ter um filho é como fazer uma tatuagem na face, tem que querer se comprometer.

Nós já somos uma família, pequena mas uma família cheia de amor!

Essa frase me chocou quando assisti ao filme Comer, Rezar e Amar, mas é a mais pura verdade, não bastar querer ter, tem que cuidar, se dedicar e é pra sempre. A partir daquele momento você será pra sempre a mãe/ Pai do(a) ________.  Não pode ser algo levado no impulso, algo feito apenas por pressão da sociedade ou do parceiro, tem que ser feito com amor, com dedicação. Isso serve também pra uma gravidez não planejada, já que vai ser Pai/Mãe que se dedique, que cuide, que se entregue.

Mas por que estou falando isso? É simples, como o Davi está com quase 3 anos, eu entrei na fase do mundo me perguntar quando virá o próximo. E sinceramente acho que não virá (podem jogar pedras agora), é sério eu acho lindo quando vejo aquelas famílias grandes, me derreto quando vejo um bebezinho, mas pra mim não. Eu não quero ter outro bebê, eu sinto saudades de quando o Davi era bebezinho, sinto falta daquele cheirinho, falta dele caber no meu colo perfeitamente, mas daí a querer outro é uma longa distância ( podem jogar mais pedras) .

A questão é que eu AMO meu filho mais do que tudo, mais do que a mim é lógico, o Davi é uma criança amada, foi uma gravidez em que eu achava que todo mês eu ia perdê-lo e me desesperava loucamente com isso, eu queria ele mais do que tudo do mundo e vou querer pela eternidade. 

Mas eu não consigo ser somente mãe ( mais pedras agora?), não critico quem consiga, mas eu não consigo. Eu sou mãe, sou profissional, sou ainda aquela menina que devora livros e que não perde uma boa estreia no cinema, sou aquela que ama se sentar em uma boa cafeteria para tomar um cappuccino quente com um bolo de laranja. Depois do Davi eu continuo trabalhando bastante, entendam além de eu gostar eu também preciso, leio livros sempre que possível, na média de 1 por semana apesar de tudo,  vou ao cinema sempre que posso quando o Davi está dormindo, sim eu não saio com meu filho acordado a não ser para trabalhar, e ir a academia, mas geralmente até pra ir para o Muay Thai ele tá dormindo. Quanto a cafeteria, eu não sei o que é isso faz tempo, afinal ir a um local onde as mesas são de vidro, a louça é de porcelana e o café extremamente quente com um bebê, é acidente na certa.

Vejam, esses são só alguns exemplos que mostram que eu ainda sou muito EU, e não quero mudar isso, eu abri sim mão de muita coisa na minha vida pelo Davi e as que eu não abri mão agora são moldadas pela vontade e pelos horários dele. Mas isso tudo com 1 filho, imagina com dois. E aí é que está a coisa toda, eu não quero ser uma meia mãe pro próximo bebê, e se eu não sinto que posso me jogar nisso de cabeça, eu prefiro não fazer. Hoje meu tempo é curto, por que tenho que trabalhar e quem fica com o Davi durante o dia é minha mãe, eu almoço em casa todos os dias pra ficar mais com ele, moramos com meus pais desde que o Davi teve a pneumonia, então também não tenho espaço para outro bebê até mudarmos pra um AP ou casa maiores. Eu me sentiria uma completa irresponsável colocando no mundo alguém que eu não tenho condições financeiras de ter, condições físicas de acomodar e sem condições psicológicas de me dedicar 100%. ( Ok já pegaram mais pedras?)

 Mas a verdade é essa, me chateia a cobrança de dar um irmão ao Davi, pois  quem me cobra não vai criar, não vai sustentar, não vai me dar uma casa maior, não vai ao menos olhar meu filho pra eu poder fazer as minhas coisas, por que eu não sou Jesus e não consigo abdicar do meu EU o tempo todo. E olha que eu nem to falando em vaidades como fazer a unha e cuidar dos cabelos, to falando do essencial, trabalhar, estudar, ter cultura ... coisas assim, coisas que eu quero que o Davi tenha completo amor e acesso também e se um dia eu vier a ter outro filho eu quero que ele tenha tudo isso, tudo que eu proporciono ao Davi e não que a partir da chegada dele o Davi tenha menos e ele tenha somente a metade do que o Davi já teve. Sei que pra muita gente não é assim, mas não me sinto errada em pensar assim, em querer o melhor pro filho que já tenho e ter melhores condições para quem sabe um dia, ter outro filho, talvez quando eu for mais velha, tenha a vida mais calma, não sei. Eu sou filha única, nunca senti falta de irmãos, será isso um crime????? Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Beijos e por hoje é isso, um momento de sincericídio kkkkkkkkk